Ouvimos repetidamente que beber água não só é importante, mas fundamental para o bom funcionamento do nosso organismo. Ela atua na manutenção da temperatura do corpo, no processo de digestão e na realização de outras dezenas de funções vitais. Pensando assim, é recomendado tomar grandes quantidades de água diariamente, não é mesmo? Na verdade, não. Especialistas afirmam que assim como a falta é prejudicial, beber água em excesso não faz bem à nossa saúde.
As consequências desse excesso vão desde náuseas e letargia passando por convulsões e podendo chegar até à morte.
Afinal, o que é considerado “beber água em excesso”?
É praxe dizermos que se deve beber entre 2 litros e 2,5 litros de água todos os dias para evitar a desidratação. Mas esse número depende, na verdade, do peso do indivíduo, da capacidade metabólica de filtragem de água, e da prática ou não de atividades físicas. O cálculo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 35 ml de água para cada quilo de peso que se tem. Ou seja: uma pessoa de 90 quilos deveria tomar 3,1 litros por dia, em média.
O grande problema, no entanto, seria determinar o que é “beber água em excesso”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, o rim é capaz de filtrar entre 800 ml e 1.000 ml de água a cada hora e ingerir quantidades muito acima disso pode causar problemas à saúde.
Mas em algumas situações de estresse, como é o caso de maratonas, os níveis de hormônios antidiuréticos no organismo aumenta e a capacidade de filtragem do órgão pode cair para apenas 100 ml por hora. Justamente por isso que essa condição é tão comum em atletas amadores de maratona e chega a até um sexto dos profissionais, segundo um estudo de 2005 publicado no New England Journal of Medicine.
Mas por que beber água em excesso faz mal?
Especialistas afirmam que beber água em excesso faz mal especialmente porque aumenta o risco de uma condição chamada de hiponatremia. Ela é caracterizada pela quantidade insuficiente de sódio no sangue (menos do que 135 milimoles por litro, de acordo com a Scientific American) e incentivo a um processo de osmose violento.
O que acontece é que com níveis de sódio muito baixos, a água no sangue começa a buscar locais mais concentrados da substância (como tecidos e células) para regular a sua quantidade. Esse processo faz com que as células inchem e tenham seu funcionamento comprometido.
O grande problema é quando a hiponatremia afeta os eletrólitos responsáveis pelo músculo cardíaco, que fica sem força para bombear o sangue. Ou quando chega aos neurônios e outras células do cérebro, que não têm muito espaço para aumentar devido à rigidez do crânio. Nesses casos, o aumento de pressão causado pelo inchaço pode acarretar em dores fortes de cabeça ou até no rompimento de vasos e consequentemente os acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Não há um consenso para cravar qual valor realmente seria necessário para causar hiponatremia no organismo de um ser humano, mas a recomendação é de que não se ultrapasse muito os 3,5 litros de água diários em situações normais. Quantidades acima de seis litros já são consideradas prejudiciais à saúde.
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